sexta-feira, 29 de julho de 2011

Preciso

É preciso mais que um verso
e o engasgar das palavras
aflitas,
ditas,
pelo fim da noite...

...e como rimas
Cozer as horas
das idas e vindas que nos resta.

É preciso uma primavera
e o voar das andorinhas.
Inteira
Entregue,
e que descanse sob o sol do meio-dia!

...e flores
caídas sobre calçadas
Recolher as palavras engasgadas...
Vazias!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Versos sobre monotonia


Desatino em cânticos,
Perco-me entre sofridas
Idéias
De um verso nunca terminado.

Alado coração
Distante do meu.

Desperta a ira
Deuses de convívios
Em apuros
Do outro lado da rua.

Frenética
Escrita, ainda que sobre a vizinha
Do andar de cima...

Sofre, sozinho, num beco escuro.

Desmundo oco
Sobra a cabeça do não-eu
Eu que não fui o que sou.

Guardo em rios o rio que não naveguei.

Desnudo o sentido
Do não sentir seus dentes
Cravados em carne dura...

Amante?

Lira descontente
Da música
Da musa
Das artimanhas dos amores vãos...

...em vão a saudade que corrói

Corrobora com a lentidão das avenidas.

Estúpidas monotonias
Dessa via
Que mesa não vira
E quase tudo aceita.

Escurece
E a vida. Vida que se perde
Nas lentidões dos carros sobre as avenidas.

E eu desatino meu canto
Desafino!
Destoante coração sobre a cidade.
Eco sozinho
Dos versos não escritos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sem nome


Finda-se o dia
         quimera
                estranha
                     musa
que ainda dorme...

Sonolento
         sem razão
o amor
                não veio!

Labirintos de
                um peito.

Recolhe
                cacos
                caos
...pelos caminhos!

Fragmentos
                De perdidos
Beijos
                Idos
Pelo adeus de nossas horas.

Contra a ausência
                último cigarro.

Esboço de um tempo
                vadio!

...a felicidade
                que não veio...

...e nem a revolução
                cantou
           seu último
                    enredo.

O samba ainda não inventado
Dorme musa dos passados.

Escorre!
Lembranças desses dia.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Espera


Um eterno
                contar
                recontar
                calcular... estimar...
e, como um ciclo,
volto ao inicio desse dia...

Espero?

com       relógio
                ampulheta
                calendário
                          chinês
                          maia
                          lunar
                          asteca
                          cristão....

Sentada a porta do tempo!

Deito os dias que restam...

01/07/2011