sexta-feira, 22 de abril de 2011

Perdi memórias

Perdi
     o senso
     a hora
     a memória...

As ruas caídas
     e perdidas essas histórias.
Você.

Mais um gole
ao som de Vinícius.

     ardente sonho que nunca se sonha
          sonho que se sonha nunca

Perdi...
     a memória
     o senso
     a hora

          e sozinha debaixo da árvore sonho
                doces noites des-vividas

Ouvir Vinícios
e mais um gole

Você perdido
     entre a noite caída
e essas ruas

o senso
a memória
a hora

perdidos em você
na noite
no gole

deixados na esquina que nos separa
     nessas idas e vindas que não caminhei.

Vinícius
gole
ruas
noite
esquina

senso
hora
memória
você

Perdi,
          sozinha nas idas que nunca mais voltei.

22.04.2011
Maíra

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pressa


Passo o lápis
   sobre o papel
          atrito

Saiu de casa ainda sem sol.

Inúteis – papel e lápis
            atrito

Conversa na roda
a escola,
em segredos beijos.

Palavras
Dicionários
Papel e lápis
            atritos

A menina sorri,
     corre
o ônibus
motorista
cobrador e
a moça que não sentou...

Carro
ônibus
asfalto
papel
lápis
              atrito

Uma vida inteira
          menina
alegrias
pressa

Carro
ônibus
vidro
asfalto
papel
lápis
              atrito

Rosto
vidro
voa
sangue? pingos...

Uma vida inteira
...uma avenida

corpo
   chão
      sangue
         carro
            vidro

Maíra
05/04/2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Versos no caderno de desenho...

Não há uma ordem e talvez nem poemas completos. Apenas anotações corridas.

Preciso escrever poemas
Rimas mal acabadas
Perdidas.
É preciso sofrer em vão.

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Tento nos traços, mal-traçados
lembrar das rimas passadas - maltratadas.


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Não lembro dos meus versos
    cantei a musa,
    o amor
   e a revolução.
Maiakóvsk
   um sonho distante.


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Das noites passadas
das escadas
       não subidas
       das dúvidas
dívidas assumidas...

Não sinto falta.

Insonia
Cigarro.

Uma volta
         contrário
Ruas
Becos
nunca mais passei.

Não sinto falta.


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 Não, não escrevi
sobre o quanto te amei...

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Sinto nos seus olhos
o que não é...
Leio nas palavras

     frases
     aflitas
     perdidas
o que nunca será.

Me perco!
caminhos lineares
que não falam de você.


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Não lembro do seu nome
   e seu rosto
imerso a tantas lembranças
é palavra solta,
perdida.

... as trincas do asfalto me angustiam!

E esse frio
nada me conta
e os ventos vão.

Termino essas noites mudas
olhos cansados.

.... trincas no asfalto angustiam.

Sonho como dores
são sonhos.


Maíra
sem data

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Inquieta
Conto os dias que passaram.
          ...uma semana.

O livro
A pressa
O vidro

...a vida que passa despercebida.
Menina.

Moída.
     exausta da espera
morte e vida!

     Severina. Severa. Querelas de então.

Rimas perdidas
hoje um dia acabado.

...estranho barulho
zumbido longe escuto...

Uma semana nos separa

...nos uni

nos acorda...

Maíra
06/04/2011