terça-feira, 8 de março de 2011

Uma artista em busca da melhor linguagem

Heráclito há tempos nos alertava, que o mundo não é estático, que ele se encontra em constante transformação, que ele flui. Dessa forma, creio, podemos compreender as várias nuances de Maíra Sampaio, de seus poemas densos, carregados de angústia existencial, de sua busca pela compreensão da essência da fome, em suas diversas matizes, ao momento presente, com sua expressão através de imagens. A captura do movimento, da vida que pulsa na cidade, nos mostra uma artista capaz de vislumbrar os detalhes escondidos nos recônditos urbanos. Olhar um detalhe das paredes, dos muros, de construções foge à nossa vista cotidiana, mas Maíra tem a sagacidade para capturá-la. E, mesmo a imagem estando estática (contrariando o filósofo grego), Maíra tem a capacidade de perceber que cada novo olhar nosso sobre a fotografia irá transformá-la e irá transformar-nos.

Marcio José Andrade

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