segunda-feira, 28 de março de 2011

Versos na segunda-feira


Sonolenta
segunda-feira
com
finitas águas.
Despede-se do verão
ou
prenuncia estação nova?

Lento acordar
de um vagar lento...

...Espreita o raio
entre nuvens...

Ensolarada
segunda-feira.

Encobre os
desejos
primaveris
do outono dos lábios meu.

Maíra
28/03/2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

Espera

Languido dia
          em sua espera
Sem cautela
          olho o relógio
               a esquina
e nessas vias
meu olhar não encontra o seu.

Perdida entre horas e minutos
em seus caminhos.

Meninos me olham
     bolas, pipa, bicicletas.

O café requentado
     a dúvida
Alado coração

Relógio
esquina
vias...

Maíra
Sem data (mas recente, 2010)

Desencontros

Depois do áspero silêncio
     a palavra seca

...mundos que nunca habitamos.

O que contar depois dos anos?
rotinas. rotinas. rotinas

...flores que no jardim morreram.

Risco seu nome
          da caderneta
   de telefone.

...nome tão descuidado do meu.

Deito por terra sonhos
Por terra sonhos deitados
deixados
anulados

...em rimas fúteis enterro meus versos.

Maíra
fev/2001

domingo, 20 de março de 2011

Pequeno fragmento

Como quem procura pedras perdidas
     procuro seus versos
Palavras fugidias
Entrelinhas de suas falas.

Procuro.

Maíra
sem data

sexta-feira, 18 de março de 2011

Verso inacabado

Coloquei esse nome pois toda vez que leio esses versos comento comigo mesma que eles são inacabados. Como foi escrito em um papel de papel toalha (enviearei uma foto) resolvi postar; sinto que perdi tantos versos inacabados que escrevi em papel toalha... Assim esse blog é um pouco de tudo pra mim gaveta, caderno, mural de divulgação, diário (mesmo que não tenha o hábito de escrever em diário).
Enfim, vamos ao verso...

Sonho versos
     já cantados
em lábios alheios.

Cansada dessas rotinas
Recolho letras
                Deixadas
                Esquecidas
     Na escrivaninha

Me aperto
Me espremo
                para caber
longas cartas em pequenas rimas

não faço haikai

segunda-feira, 14 de março de 2011

Exposição Arte no cotidiano - Um olhar sobre a cidade

De 21/03 a 01/04
Local: Casa do Lago - Unicamp
Abertura: 21/03 as 18 horas

Artista: Maíra Sampaio
Curadores:
Márcio José (Filósofo e Poeta)
Janaína Richardi (Artista Plástica)

Uma artista em busca da melhor linguagem
          Heráclito há tempos nos alertava, que o mundo não é estático, que ele se encontra em constante transformação, que ele flui. Dessa forma, creio, podemos compreender as várias nuances de Maíra Sampaio, de seus poemas densos, carregados de angústia existencial, de sua busca pela compreensão da essência da fome, em suas diversas matizes, ao momento presente, com sua expressão através de imagens. A captura do movimento, da vida que pulsa na cidade, nos mostra uma artista capaz de vislumbrar os detalhes escondidos nos recônditos urbanos. Olhar um detalhe das paredes, dos muros, de construções foge à nossa vista cotidiana, mas Maíra tem a sagacidade para capturá-la. E, mesmo a imagem estando estática (contrariando o filósofo grego), Maíra tem a capacidade de perceber que cada novo olhar nosso sobre a fotografia irá transformá-la e irá transformar-nos.

Mais sobre a exposição e o local

quarta-feira, 9 de março de 2011

Sem título...

Raivas
Assobios. Sussurros.
e poemas que
descritos os sonhos
não sonho!

Gritos!
Gemidos. Sussurros.
Ciúmes de versos expostos
                Opostos de mim.

Não choro mais.
E nem mais leio
as cartas
da caixa
escondida no guarda-roupa

Imensa cama.
Imensa sala.
Imensa casa.

Ecos de nomes, sobrenomes
Falas ardidas
Iras

Álbum de família.

Quentes lágrimas
                corre
                um peito aberto.
Vazios.
                um frio travesseiro
                ampara minha cabeça.
Triste!

Versos perdidos
frios
Idos de mares agitado.

Devaneios.
Ciúmes.
Crise.
Separação.

Nomes. Acuso o vizinho,
o vinho,
o baralho,
a sinuca, o bar
a cerveja gelada.
A madrugada!

Não leio mais as antigas cartas.
Versos perdidos.
Mensagens esquecidas
                deitadas sobre os muros dos tempos.

Não leio mais a sua cara.
Sonolenta.
Passiva.
Alegre.
Brava.

Maíra
Sem data.

terça-feira, 8 de março de 2011

Arte no cotidiano: Um olhar sobre a cidade


Exposição
Arte no Cotidiano - Um olhar sobre a cidade

21/03 (segunda) - 01/04 (sexta)
Abertura: 21/03 as 18 horas
Local: Casa do Lago - Unicamp
Artista: Maíra Sampaio

Uma artista em busca da melhor linguagem

Heráclito há tempos nos alertava, que o mundo não é estático, que ele se encontra em constante transformação, que ele flui. Dessa forma, creio, podemos compreender as várias nuances de Maíra Sampaio, de seus poemas densos, carregados de angústia existencial, de sua busca pela compreensão da essência da fome, em suas diversas matizes, ao momento presente, com sua expressão através de imagens. A captura do movimento, da vida que pulsa na cidade, nos mostra uma artista capaz de vislumbrar os detalhes escondidos nos recônditos urbanos. Olhar um detalhe das paredes, dos muros, de construções foge à nossa vista cotidiana, mas Maíra tem a sagacidade para capturá-la. E, mesmo a imagem estando estática (contrariando o filósofo grego), Maíra tem a capacidade de perceber que cada novo olhar nosso sobre a fotografia irá transformá-la e irá transformar-nos.

Marcio José Andrade

quinta-feira, 3 de março de 2011

Divulgação exposição


Segue o link do site da Casa do Lago, onde ocorrerá a exposição e o texto sobre ela.

Divulguem!

http://www.preac.rei.unicamp.br/casadolago/index.php/exposicoes/details/1116-exposicao-qa-arte-no-cotidiano-um-olhar-sobre-as-cidadesq

A Arte no Cotidiano – Um olhar sobre as cidades  

O Olhar e a reflexão do artista

A reflexão sobre o conceito do objeto-arte que permeia os textos acadêmicos surge da necessidade de se encontrar respostas para essa manifestação humana em retratar seu mundo interno ou externo de diferentes formas, métodos ou técnicas. Assim encontrar o que podemos denominar de arte e o que não podemos.
As fotografias registram o momento em que passamos pela cidade... Suas construções, seu ritmo e sua via de dois caminhos: a arte no cotidiano e a arte ditada dentro dos museus e galerias.
Entretanto como afirmar que a arte esta dentro de um espaço, que foi construído para esse fim, se por outro lado há reflexões intermináveis sobre o que é o objeto artístico.
Entre essas duas observações, a do não poder afirmar e a do espaço afirmativo da arte, queremos colocar uma nova expectativa.
Pensar que a arte, enquanto estética, é uma necessidade humana de codificação-decodificação de sua forma de compreender e questionar seu contexto e seu passado histórico, criando grandes transformações no futuro. E como expressão inata humana podemos colocar que encontramos a arte no dia-a-dia da sociedade como objetos cotidianos e rotineiros. Como a intervenção do artista no muro. Afinal, apesar das diferentes técnicas e materiais utilizados, a pintura nos muros e paredes vem antes do homem ter uma linguagem para denominá-los como tal, ou seja, é muito antiga e alcança a nossa pré-história.

A escolha do papel para a impressão, vegetal 60 g/m2, é para reafirmar a reflexão para um olhar através das imagens em seu cotidiano e, assim, formando ou dando elementos formadores para a construção estética artística, podemos chamar de entrelinhas da imagem, uma construção de mundos interpretativos dentro de um mundo objetivo que também nos leva a interpretações subjetivas.

terça-feira, 1 de março de 2011

Exposição: "A Arte no Cotidiano - Um olhar sobre as cidades"

Sampa, 2010 por Maíra Sampaio

Esse é o primeiro post para divulgar a Exposição:
A Arte no Cotidiano - Um olhar sobre as cidades

Casa do Lago - Unicamp
21/03 - 01/04